Produção científica da Ufla

A universidade possui forte tradição na produção científica, nos quase 100 anos de existência, inclusive com a publicação de alguns periódicos científicos de circulação nacional. Nos últimos anos o impacto da produção científica da UFLA é um dos fortes vetores para o aumento paulatino da captação de recursos para pesquisa junto às agências de fomento, como demonstrado anteriormente. Contudo, a instituição ainda tem entraves técnicos que dificultam a recuperação e quantificação de toda a publicação científica originada ou vinculada a UFLA. Todos os docentes da instituição preparam a cada semestre um relatório de atividades, onde deve constar, dentre outras informações, todas a publicação científica associada ao professor no período.  Tais relatórios ainda são preenchidos em planilhas de Microsoft Excel, e armazenados nos departamentos didático-científicos sem que haja a estrutura de um banco de dados capaz de quantificar a produção, bem como realizar buscas com filtros básicos, como palavra-chave, ano de publicação, autores etc. Desse modo a instituição, apesar de verificar periodicamente a produção do corpo docente, ainda não possui ferramentas para o agrupamento e manipulação desses dados.

Embora a UFLA faça uso do sistema Lattes Institucional, ferramenta desenvolvida pelo CNPq, existe uma limitação intrínseca em tais dados, uma vez que a atualização dos currículos por parte dos professores da instituição é voluntária e só pode ser verificada quanto à data de atualização, e não pela real atualidade do conteúdo dos currículos. No ano de 2005 uma dissertação de mestrado foi conduzida na UFLA para a determinação do perfil do pesquisador e da publicação científica da instituição, tendo por base a plataforma Lattes Institucional e utilizando ferramentas computacionais avançadas, como o Data Mining (Cardoso, 2005). De um universo inicial de 575 currículos registrados no Lattes como sendo de servidores da UFLA somente 55 (em torno de 10%) puderam ser considerados nesse estudo. Os demais currículos apresentavam inconsistências de preenchimento que limitavam as análises realizadas.

Mediante esse quadro a análise global da produção científica da Ufla, principalmente no quesito publicação, ainda é fortemente limitada pela ausência de um sistema informatizado capaz de prover o gerenciamento de informações institucionais.

Até o ano de 2003 a Pró-Reitoria de Pós-Graduação coordenou ações para o desenvolvimento de um sistema informatizado de gerenciamento das principais atividades administrativas e de recursos humanos, denominado RAD (Registro de Atividades Docentes).  Este seria o embrião de um banco de dados único para o gerenciamento institucional. Parte do RAD foi concluída, mas somente a Pró-Reitoria de Pesquisa utiliza o sistema, para o registro via Internet, de projetos de pesquisa desenvolvidos por docentes.

Outro Aspecto relevante para a evolução qualitativa da produção científica da universidade é a publicação de artigos científicos em língua inglesa, o que pode ser feito tanto em periódicos científicos nacionais quanto internacionais. Nos últimos anos a avaliação de Programas de Pós-Graduação pela CAPES vem dando importância ao impacto científico (chamado fator de impacto) das publicações brasileiras, com forte sinalização, para a área de avaliação de Ciências Agrárias, de que esse índice será utilizado como um dos critérios para a conceituação dos cursos. Nesse âmbito torna-se estratégico para a Ufla o fomento da internacionalização de suas publicações. O plano de metas da atual gestão da PRP prevê a estimulação da publicação internacional, com aumento estimado anual de 20%. Contudo a Ufla ainda não estabeleceu ações para o estimulo de tal publicação, como o pagamento de custos de tradução de artigos para a língua inglesa. Na pesquisa feita entre os professores da instituição (gráfico 17.4, anexo 1) somente 21% dos respondentes consideraram o apoio para a publicação de artigos em periódicos pagos ou que exigem idioma inglês como satisfatório (com conceitos ótimo, muito bom ou bom). Recomenda-se, portanto a implantação definitiva de sistemas de incentivo e financiamento de tal atividade. Vale ressaltar que a partir do ano de 2005 a FAPEMIG passou a custear a taxa de publicação em periódicos de indexados, mas tal fomento não custeia a tradução e/ou revisão de idioma do artigo a ser publicado.